De dimensões continentais, o Brasil oferece atrativos para
todos os perfis de turista: sol e praia, aventuras, montanhas, religioso,
dentre outros, mas riqueza e a peculiaridade gastronômica são comuns em todos
os destinos do “país tropical”.

De Norte a Sul, é possível conhecer, além de vários
“Brasis”, os temperos e sabores que essa terra oferece. Estudiosos dizem que a
gastronomia da região Norte é a mais brasileira de todas, por ter sofrido pouca
influência estrangeira e ainda manter sua base em pescados de água doce e
derivados de mandioca (aipim ou macaxeira).
A região que abraça a grande parte da Amazônia tem como
pratos típicos em cardápios, de qualquer restaurante, iguarias como o pirarucu
de casaca, preparado com azeitonas, ovos e cheiro-verde, e o pato no tucupi,
que consiste na junção deste líquido de cor amarelada, extraído da raiz da
mandioca brava e jambu, uma erva típica da região norte. Saiba mais sobre os
segredos da culinária da região norte em reportagem especial.
Pirarucu de casaca
A região com mais estados no País, o Nordeste, é muito rica
em cultura e em recursos naturais. Sua abundância de frutas e de pescados, e
seus pratos com carne de sol e de bode, queijo coalho e outras iguarias, faz de
cada destino da região uma deliciosa viagem gastronômica.
O Nordeste possui verdadeiros símbolos que retratam sua
culinária como um todo. Um exemplo disso é o baião de dois, uma deliciosa
mistura de arroz, feijão, queijo e carne, preparados na mesma panela. Outra
famosa pedida é o acarajé, um bolinho de feijão e cebola, frito no azeite de
dendê e recheado com camarões e pimenta vermelha. Em 2004, o acarajé foi
tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional como
patrimônio imaterial.
No Centro-Oeste, a Amazônia, o Cerrado e o Pantanal se
misturam em ingredientes singulares ligados à riqueza de seus ecossistemas e à
influência gastronômica europeia, do Sul e do Sudeste brasileiro. O pequi,
fruta de aroma marcante, é muito usado para temperar diversos pratos em Goiás e
arredores.

Arroz com pequi
O milho é mais um ingrediente que possui grande importância
para essa região do Brasil. Colhido ainda verde, pode ser cozido na espiga e ou
cortado e refogado. O milho verde também é utilizado em diversos pratos, como a
Pamonha, o Angu e o Cural. A cultura pantaneira tem ainda, o tereré, uma versão
gelada do chimarrão, levado pelos gaúchos ao Centro-Oeste.
E por falar em gaúchos, há quem diga que o melhor churrasco
do Brasil é feito no Sul do País. Além disso, outros pratos representam muito
bem a gastronomia sulista, como o barreado, que nasceu no Paraná. A iguaria
consiste numa carne feita com legumes em panelas de barro, colocadas debaixo da
terra para cozinharem no calor de lenha ou carvão, para ser consumido com
farinha de mandioca, depois de pronto. Provar o melhor vinho do Brasil, no Vale
do Vinhedo, também já faz parte do roteiro turístico na região, além das
cervejarias e do inesquecível chocolate de Gramado.

Vale do Vinhedos
O expressivo turismo de negócios no Sudeste não ofusca suas
belezas naturais, seus atrativos históricos e sua gastronomia marcada pela
mistura e tradições de todas partes do País e do mundo. As capitais “Sampa”,
“Rio” e “Beagá” são as mais boêmias graças aos inúmeros bares com seus teimosos
e petiscos e cerveja gelada. Mas os arredores guardam em sua cozinha a história
de cada estado.
No Espírito Santo, por exemplo, o prato mais conhecido, a
moqueca capixaba, chegou da Bahia e logo sofreu mudanças em sua receita, para
agradar o paladar dos moradores do Estado. Lá, a moqueca é preparada sem o
azeite de dendê e carregada no coentro.
Minas Gerais, e sua famosa “cozinha mineira” guardam os
segredos dos irresistíveis pratos na forma de prepará-los, utilizando as
típicas panelas feitas de pedra-sabão. O famoso pãozinho de queijo nasceu mesmo
em terras mineiras, mas em pouco tempo ganhou toda a região e hoje é símbolo do
Sudeste. A feijoada, muito consumida no Rio de Janeiro e em São Paulo, também é
marca registrada da região. A “feijuca” é preparada com vários tipos de carnes
suínas e bovinas, salgadas e temperos e o indispensável feijão preto.
Seja no Rio, em São Paulo, ou em qualquer destino do Brasil,
dedique em seu roteiro uma parada estratégica para conhecer o povo e os
atrativos locais, e se deliciar com a riqueza da gastronomia brasileira, digna
de qualquer turista “comer rezando”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário