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Saiba por que vale muito a pena conhecer o outro lado das
Cataratas do Iguaçu e
confira as novas atrações da cidade
Após nascer nas montanhas da Serra do Mar paranaense e
correr sinuoso rumo ao oeste por mil quilômetros, o Rio Iguaçu desaba dentro de
um cânion na fronteira entre o Brasil e a Argentina. As 272 quedas-d’água que
existem neste improvável encontro de rio e cânion formam um dos maiores
espetáculos produzidos pela natureza. São as Cataratas do Iguaçu, eleitas em
uma pesquisa mundial realizada pela internet uma das sete maravilhas naturais
do planeta. Os gringos vêm de longe para ver. São cerca de um milhão deles
todos os anos a visitar os parques nacionais tanto do lado brasileiro quanto do
lado argentino das quedas. Os estrangeiros, muitos japoneses e australianos,
atravessam continentes só pelo prazer de estar diante das monumentais cortinas
de água que despencam num abismo em forma de ferradura.
O que a maioria dos estrangeiros mais quer é experimentar a
emoção que se tem no mirante posicionado no vertedouro principal das cataratas,
onde está o maior salto e com maior volume de água, a Garganta do Diabo. É
provavelmente nesse mirante que os visitantes têm a mais impressionante visão
do espetáculo proporcionado pela vazão de cinco milhões de litros de água por
segundo.
O impacto da água é tão forte que levanta uma nuvem de
vapor. Com o vento, ela encharca os visitantes dos pés à cabeça em questão de
poucos minutos. O vapor também impede que se veja o rio lá embaixo e cria um
arco-íris que começa no fundo da garganta. Você já viu um arco-íris olhando
para baixo? As pessoas ficam ali meio em êxtase, ensurdecidas como barulho da
água e com um sorriso infantil no rosto, embasbacadas com o visual, que é
realmente impactante.
Curiosamente, segundo dados do Convention&Visitors
Bureau de Foz do Iguaçu, apenas 20% dos turistas brasileiros visitam o parque
argentino também. Talvez porque sejam raros os pacotes que contemplem uma
visita a ambos os lados das cataratas. Pois saiba que para ter a experiência
completa da grandiosidade das quedas é preciso atravessar a fronteira para ver
de perto a Garganta do Diabo.
Além disso, a Argentina detém dois terços de todo o conjunto
de quedas, que no total soma 2.700 metros de extensão. Visitar o parque dos
hermanos é bem fácil e não leva mais do que 20 minutos de Foz até a entrada do
parque. Atravessar a aduana é tranquilo. Nem é preciso descer do carro, basta
apresentar o RG.
Só o acesso ao interior do parque argentino é um pouco mais
demorado. Carros e ônibus não entram, ficam estacionados ao lado da entrada, de
onde parte um trenzinho até o início de duas trilhas em passarelas suspensas.
A primeira trilha tem 5 km de extensão e passa diante de
várias quedas. A outra, de 2 km, leva exclusivamente até um mirante na borda da
Garganta do Diabo.
Com tantos caminhos, o circuito argentino divide um pouco
mais os visitantes, ao contrário do brasileiro, que concentra todo mundo no
mesmo lugar. O passeio costuma levar um dia inteiro, e pode ser complementado,
na volta, com umas comprinhas na loja do Duty Free Shop, bem ao lado aduana,
onde há bons preços nos eletrônicos e nas bebidas.
Cataratas brasileiras
O parque brasileiro, por sua vez, embora tenha apenas 1,5 km
de passarelas, tem a vantagem de oferecer a vista mais ampla das cataratas e
oferece acesso mais fácil. O ronco das quedas já pode ser ouvido no
estacionamento, e basta caminhar poucos metros para estar diante de um panorama
incrível. A estrutura oferecida é muito boa, com mirantes, restaurante de ótimo
nível construído na margem do rio e comodidades como quiosques e elevador.
Quem gosta de esportes na natureza pode aproveitar 11 km de
trilhas em meio à mata atlântica e uma série de atividades de aventura, como
rapel, arvorismo e rafting no Rio Iguaçu.
Dessa forma, um passeio às cataratas brasileiras, que antes
durava um par de horas, hoje pode se estender por um dia inteiro, caso o
visitante opte por fazer algumas dessas atividades extras. Isso também inclui
um passeio que é adrenalina pura, o Macuco Safári. Consiste em subir o rio
contra a correnteza em uma lancha até ficar cara a cara com os paredões de
água. O piloto posiciona a lancha embaixo de uma das quedas, para que os
passageiros possam curtir o melhor banho de cachoeira da vida. Assim, quem quer
registrar o passeio precisa proteger muito bem a câmera ou a filmadora.
E para ter uma ideia ainda mais ampla da obra criada pela
natureza na fronteira entre o Brasil e a Argentina, nada melhor do que investir
em um sobrevoo de helicóptero com a empresa Helisul. Você verá que vale a pena.
Por todas essas razões, os parques brasileiro e argentino
oferecem visuais e sensações bem diferentes e que se complementam muito bem. Se
ficar em dúvida, visite os dois e decida por si próprio qual deles é o melhor.
Esse trecho foi retirado da revista Viaje Mais, seção
Brasil, edição 138.
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