terça-feira, 1 de outubro de 2013

48 Horas em Ouro Preto e Mariana

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História, cultura, boa comida e lindas paisagens na Estrada Real
Na mina do império, quem manda hoje são as repúblicas.

Igreja de São Francisco de Assis, Ouro Preto <strong>(</strong>MG)

Quem adentra a nave da igreja de Nossa Senhora do Pilar, em Ouro Preto, terá uma visão inesquecível. O rebuscamento de suas formas, numa miríade infindável de anjos, santos e motivos florais preenche a vista do turista como poucos lugares no mundo. O ambiente escuro, repleto de jogos de sombra e luz, deixa transparecer os adornos folheados em ouro e o impactante movimento dos volumes. Simplesmente inesquecível.

Tesouros como este fizeram a fama de Ouro Preto e tornaram-na o primeiro sítio brasileiro listado como patrimônio da humanidade pela Unesco, em 1980. De lá para cá, algo da paisagem urbana foi bastante prejudicada e edifícios históricos ruíram ou foram incendiados. No entanto, um dos melhores conjuntos do barroco nacional ainda atrai turistas de todo o mundo – com muito vigor. Não é para menos: não bastasse o fausto de suas igrejas, suas ruas ainda conservam o charme da antiga Vila Rica e seus restaurantes trazem surpresas deliciosas, tudo com um toque de irreverência conferido por seus milhares de universitários

Este é um pequeno roteiro de 48 horas em Ouro Preto e Mariana para aproveitar estas maravilhas!

Dia 1

Poucas coisas se comparam a abrir a janela do quarto de seu hotel e ver torres de igrejas e telhados coloniais envoltos em uma suave bruma. Com os raios do sol vencendo a névoa, descortina-se ao longe a Pico do Itacolomi. Com uma xícara de café fumegante e um pãozinho de queijo em mãos, isso é quase a definição de felicidade.

Comece com a igreja de São Francisco de Assis. Estudantes de história da arte e de arquitetura vão chegar ao êxtase com o lavabo em pedra-sabão da sacristia e o medalhão do santo dos animais na fachada, obras de Aleijadinho. O forro da nave, de Mestre Ataíde, é de uma arrebatadora inspiração.

Na saída, cheque a feira de artesanatos no Largo de Coimbra, repleto de ofertas de produtos esculpidos na onipresente pedra-sabão, incluindo panelas, cumbucas e esculturas.

Ladeira acima, conheça a Praça Tiradentes, onde está o Museu da Inconfidência. A antiga Casa de Câmera e Cadeia de Vila Rica hoje abriga os restos mortais de alguns inconfidentes, o panteão dos participantes do movimento e objetos históricos.

Alguns passos para o lado e você encontrará a bela igreja de Nossa Senhora do Carmo, um pouco menos ornamentada que suas irmãs, em estilo barroco-rococó.

De lá siga para o curioso Museu do Oratório e sua magnífica coleção de mais de 160 oratórios dos séculos 17 ao 20 e o Teatro Municipal, considerado o mais antigo do Brasil ainda em funcionamento.

Pausa para o almoço: aqui ou você se rende à tríade arroz-tutu-couve (o que é tentador) ou tenta variar um pouco. Como estamos nesta parte da cidade, vamos à Casa do Ouvidor, na pirambeira da Rua Direita.

Levemente lesado depois de se fartar com feijão tropeiro, linguiça e torresmos, vá queimar calorias caminhando até a Casa dos Contos.

A antiga casa de pesagem e fundição de ouro era onde o quinto era recolhido. O local serviu de prisão para alguns inconfidentes e foi o local onde morreu o poeta Claudio Manuel da Costa. Veja as exposições de instrumentos da época.

Agora suba outra rua bem íngreme, a Henrique Adeodato, para chegar à igreja de São Francisco de Paula e curtir a melhor vista da cidade.

De volta ao miolo do Centro Histórico, não deixe de passar pelo Bar Barroco, para provar a melhor coxinha da cidade, antes de se esbaldar em um dos restaurantes do entorno.

Dia 2

Acorde cedinho para conhecer a igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição. Projetada por Manuel Francisco Lisboa, pai de Aleijadinho, em sua nave encontram-se as sepulturas de ambos.

Reserve agora um tempinho para ir até Mariana. Vizinha de Ouro Preto, uma das formas mais curiosas de se chegar lá é com a maria-fumaça. Tente um assento do lado do direito e você será recompensado por belas vistas de montanhas e cachoeiras que pontilham o trajeto.

Mariana foi outrora uma das mais ricas cidades de Minas Gerais, ocupando o privilégio de ser sua capital. Um pouco desse passado importante permanece na Sé – sede da arquidiocese de Mariana, cujo arcebispo hoje é Dom Geraldo Lyrio Rocha. Outras atrações bacanas estão todas em torno da praça Minas Gerais: as igreja de São Francisco de Assis e Nossa Senhora do Carmo e a Casa de Câmera e Cadeia. Esta tríade, juntamente com o pelourinho, contam um pouco da história da cidade e seu passado colonial.

Antes de voltar para Ouro Preto, não deixe de fazer uma boquinha na doceria Chantilly, cheia de bolos, tortas e musses, ou no caminho, experimentar os sorvetes da Arte & Manha, na rodovia dos Inconfidentes.

Pausa para o almoço: encontre o restaurante Senhora do Rosário, o mais sofisticado de Ouro Preto. Num ambiente aconchegante você terá disponível a boa mesa mineira de sempre e uma adega muito bem fornida.

Cheio de pecados da gula para confessar, siga agora para a igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, logo ao lado. Por séculos, aos escravos e negros libertos era negada a entrada em igrejas. Para tanto, irmandades de ‘homens pretos’ construíram templos para seu uso, quase todas dedicadas a Nossa Senhora do Rosário, como é o caso das que se encontram em Tiradentes, MG, e Salvador, BA. Essa é uma das razões para ela ser uma das menos ornamentadas da cidade, mas sua fachada curva e elegantes formas valem a visita.

Por fim, vamos a uma das maiores joias da arquitetura brasileira, a igreja de Nossa Senhora do Pilar. A fachada um tanto sem graça e oblíqua (em relação à rua) não nos prepara para o que iremos presenciar. Este é um dos exemplos máximos da arte barroca brasileira e um dos pontos altos de toda a Estrada Real. Vale a pena contratar um guia para não perder detalhes de sua construção e decoração.

Para o jantar, vale a pena seguir para o distrito de Santo do Antônio do Leite para conhecer o restaurante Capricho Asturiano, considerado a melhor novidade local pelo Guia Brasil 2012. Se achar que está um pouco longe, prove o frango com quiabo do Contos de Réis (antigo Casa dos Contos).


Isso é Minas Gerais: história, cultura, boa comida e belas paisagens.

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