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História, cultura, boa comida e lindas paisagens na Estrada
Real
Na mina do império, quem manda hoje são as repúblicas.

Quem adentra a nave da igreja de Nossa Senhora do Pilar, em
Ouro Preto, terá uma visão inesquecível. O rebuscamento de suas formas, numa
miríade infindável de anjos, santos e motivos florais preenche a vista do turista
como poucos lugares no mundo. O ambiente escuro, repleto de jogos de sombra e
luz, deixa transparecer os adornos folheados em ouro e o impactante movimento
dos volumes. Simplesmente inesquecível.
Tesouros como este fizeram a fama de Ouro Preto e tornaram-na
o primeiro sítio brasileiro listado como patrimônio da humanidade pela Unesco,
em 1980. De lá para cá, algo da paisagem urbana foi bastante prejudicada e
edifícios históricos ruíram ou foram incendiados. No entanto, um dos melhores
conjuntos do barroco nacional ainda atrai turistas de todo o mundo – com muito
vigor. Não é para menos: não bastasse o fausto de suas igrejas, suas ruas ainda
conservam o charme da antiga Vila Rica e seus restaurantes trazem surpresas
deliciosas, tudo com um toque de irreverência conferido por seus milhares de
universitários
Este é um pequeno roteiro de 48 horas em Ouro Preto e
Mariana para aproveitar estas maravilhas!
Dia 1
Poucas coisas se comparam a abrir a janela do quarto de seu
hotel e ver torres de igrejas e telhados coloniais envoltos em uma suave bruma.
Com os raios do sol vencendo a névoa, descortina-se ao longe a Pico do
Itacolomi. Com uma xícara de café fumegante e um pãozinho de queijo em mãos,
isso é quase a definição de felicidade.
Comece com a igreja de São Francisco de Assis. Estudantes de
história da arte e de arquitetura vão chegar ao êxtase com o lavabo em
pedra-sabão da sacristia e o medalhão do santo dos animais na fachada, obras de
Aleijadinho. O forro da nave, de Mestre Ataíde, é de uma arrebatadora
inspiração.
Na saída, cheque a feira de artesanatos no Largo de Coimbra,
repleto de ofertas de produtos esculpidos na onipresente pedra-sabão, incluindo
panelas, cumbucas e esculturas.
Ladeira acima, conheça a Praça Tiradentes, onde está o Museu
da Inconfidência. A antiga Casa de Câmera e Cadeia de Vila Rica hoje abriga os
restos mortais de alguns inconfidentes, o panteão dos participantes do
movimento e objetos históricos.
Alguns passos para o lado e você encontrará a bela igreja de
Nossa Senhora do Carmo, um pouco menos ornamentada que suas irmãs, em estilo
barroco-rococó.
De lá siga para o curioso Museu do Oratório e sua magnífica
coleção de mais de 160 oratórios dos séculos 17 ao 20 e o Teatro Municipal,
considerado o mais antigo do Brasil ainda em funcionamento.
Pausa para o almoço: aqui ou você se rende à tríade
arroz-tutu-couve (o que é tentador) ou tenta variar um pouco. Como estamos
nesta parte da cidade, vamos à Casa do Ouvidor, na pirambeira da Rua Direita.
Levemente lesado depois de se fartar com feijão tropeiro,
linguiça e torresmos, vá queimar calorias caminhando até a Casa dos Contos.
A antiga casa de pesagem e fundição de ouro era onde o
quinto era recolhido. O local serviu de prisão para alguns inconfidentes e foi
o local onde morreu o poeta Claudio Manuel da Costa. Veja as exposições de
instrumentos da época.
Agora suba outra rua bem íngreme, a Henrique Adeodato, para
chegar à igreja de São Francisco de Paula e curtir a melhor vista da cidade.
De volta ao miolo do Centro Histórico, não deixe de passar
pelo Bar Barroco, para provar a melhor coxinha da cidade, antes de se esbaldar
em um dos restaurantes do entorno.
Dia 2
Acorde cedinho para conhecer a igreja Matriz de Nossa
Senhora da Conceição. Projetada por Manuel Francisco Lisboa, pai de
Aleijadinho, em sua nave encontram-se as sepulturas de ambos.
Reserve agora um tempinho para ir até Mariana. Vizinha de
Ouro Preto, uma das formas mais curiosas de se chegar lá é com a maria-fumaça.
Tente um assento do lado do direito e você será recompensado por belas vistas
de montanhas e cachoeiras que pontilham o trajeto.
Mariana foi outrora uma das mais ricas cidades de Minas
Gerais, ocupando o privilégio de ser sua capital. Um pouco desse passado
importante permanece na Sé – sede da arquidiocese de Mariana, cujo arcebispo
hoje é Dom Geraldo Lyrio Rocha. Outras atrações bacanas estão todas em torno da
praça Minas Gerais: as igreja de São Francisco de Assis e Nossa Senhora do
Carmo e a Casa de Câmera e Cadeia. Esta tríade, juntamente com o pelourinho,
contam um pouco da história da cidade e seu passado colonial.
Antes de voltar para Ouro Preto, não deixe de fazer uma
boquinha na doceria Chantilly, cheia de bolos, tortas e musses, ou no caminho,
experimentar os sorvetes da Arte & Manha, na rodovia dos Inconfidentes.
Pausa para o almoço: encontre o restaurante Senhora do
Rosário, o mais sofisticado de Ouro Preto. Num ambiente aconchegante você terá
disponível a boa mesa mineira de sempre e uma adega muito bem fornida.
Cheio de pecados da gula para confessar, siga agora para a
igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, logo ao lado. Por séculos, aos
escravos e negros libertos era negada a entrada em igrejas. Para tanto,
irmandades de ‘homens pretos’ construíram templos para seu uso, quase todas
dedicadas a Nossa Senhora do Rosário, como é o caso das que se encontram em
Tiradentes, MG, e Salvador, BA. Essa é uma das razões para ela ser uma das
menos ornamentadas da cidade, mas sua fachada curva e elegantes formas valem a
visita.
Por fim, vamos a uma das maiores joias da arquitetura
brasileira, a igreja de Nossa Senhora do Pilar. A fachada um tanto sem graça e
oblíqua (em relação à rua) não nos prepara para o que iremos presenciar. Este é
um dos exemplos máximos da arte barroca brasileira e um dos pontos altos de
toda a Estrada Real. Vale a pena contratar um guia para não perder detalhes de
sua construção e decoração.
Para o jantar, vale a pena seguir para o distrito de Santo
do Antônio do Leite para conhecer o restaurante Capricho Asturiano, considerado
a melhor novidade local pelo Guia Brasil 2012. Se achar que está um pouco
longe, prove o frango com quiabo do Contos de Réis (antigo Casa dos Contos).
Isso é Minas Gerais: história, cultura, boa comida e belas
paisagens.
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